Imagem de destaque filme "Arkansas - Rei do Crime"

Resenha do Filme Arkansas – Rei do Crime (2020, Clark Duke)

Assistir ao filme Arkansas – Rei do Crime da a mesma sensação de tomar um banho quentinho antes de ir dormir depois de um dia cansativo. O sono bate forte e é difícil manter-se acordado.


O filme de Clark Duke é baseado em livro homônimo do romancista americano John Brandon. A trama gira em torno dos traficantes de drogas Kyle (Liam Hemsworth) e Swin (Clark Duke), ambos respondem às ordens do chefão Frog (Vince Vaughn). A dupla jamais tiveram contato pessoal com Frog. Certo dia, Kyle e Swin vão fazer uma negociação e tudo dá errado, o resultado disso acarreta em um desfecho mortal.

Além da direção, Clark Duke interpreta o peculiar personagem Swin, é perceptível a falta de sintonia em cena entre os parceiros Swin e Kyle, é tão insossa quanto a interpretação dos atores – incluo à crítica a namoradinha do personagem de nome  bobo, Johnna (Eden Brolin). Ambos tem suas personalidades distinta, um vive mergulhado no silêncio inexpressivo, frio e calculista, reforçado pelo desapegado material e sentimental, o outro um tanto pretensioso quanto a ser benquisto à primeira vista (sem falar nas semelhanças com o rapper Post Malone).

Kyle e Swin conversando na beira da piscina
Os parceiros Kyle (Liam Hemsworth) e Swin (Clark Duke) conversam sobre o chefe Frog.

Não é difícil perceber logo de cara a forte influência que Clark Duke pega emprestado do cinema de Quentin Tarantino, a relação de contar o filme em capítulos, de utilizar o zoom-in (quando afasta) e zoom-out (quando aproxima) entre outras técnicas tarantinescas.

O filme tem um forte apelo aos diálogos, outro ponto que aproxima ao estilo Tarantino. Infelizmente há momentos em que o ritmo do filme leva o espectador a derrubar saliva no refrigerante ou na pipoca, ou seja lá o que estiver no colo. Por isso, se não há problema para você, pode ser que uma Coca-Cola ou um cafezinho cai bem durante o filme, vai  te ajudar a manter os olhos abertos.

A trilha sonora de Devendra Banhart tem a presença da banda The Flaming Lips, o rock alternativo e psicodélico melancólico presente no som dos caras dificultam ainda mais o desafio de ficar acordado durante o filme. Brincadeira. Gosto das inserções da trilha que remetem ao estilo dos filmes de faroeste, até porque Arkansas tem lá o seu ambiente e seus personagens inseridos em uma pegada caipira hipster, mas acredito que desafina em relação a temática. É uma mistura de estilos musicais tão desorganizados quanto o crime organizado presente em Arkansas.

Vince Vaughn, que interpreta o chefão Frog, acaba se afogando na banheira de água morna que é o filme Arkansas, o personagem não passa nenhum medo, muito menos para os garotos caipiras cheios de marra e uma certa pena de si mesmos, Kyle e Swin. A sensação ao ver Frog em cena não é de intimidação ou medo, muito pelo contrário, a sensação ao vê-lo é engraçada, o enigmático chefe do tráfico nada organizado.

Chefe Frog
O chefão Frog (Vince Vaughn).

Arkansas não consegue manter um ritmo constante, tudo no filme tem uma profunda raiz na solidão e na tristeza, a ação não se sustenta, a tensão não intensifica, é tão fraca quanto a dupla de jovens traficantes assumidos. O que falar da cena dos tiros mortais que ninguém viu e muito menos escutou os estampidos.

Um desafio ao assistir Arkansas – Rei do Crime é manter-se acordado até o fim. Apesar do filme ser um tédio tremendo, Clark Duke tem muita estrada a percorrer até pegar rosca, pois neste ele entrega uma ducha de água morna que nos prepara para um sono profundo, isso se o sono não vier antes de fecharmos a torneira.

NOTA: Nota do crítico - 2 estrelas (regular)

 

Trailer

Poster

Pôster do filme "Arkansas - Rei do Crime" (2020)

Curiosidades sobre Arkansas – Rei do Crime

  • Baseado no romance “Arkansas”, escrito por John Brandon, publicado pela McSweeney’s Rectangulars em 2009;
  • O diretor, escritor e ator Clark Duke é natural do Arkansas;
  • Clark Duke usa uma camiseta de luta livre (wrestling) profissional diferente para cada dia;
  • Liam Hemsworth e Vivica A. Fox apareceram em “Independence Day: O Ressurgimento” (2016);
  • Clark Duke e Brad William Henke apareceram em “The Office” (2005).

Ficha Técnica

Diretor: Clark Duke.
Roteiro: Clark Duke, Andrew Boonkrong e John Brandon.
Produtores: Cheryl-Lynn Allison, Jason Allison, Jessica Bennett, Taylor Bergesch, Tiffany Boyle, Stephanie Caleb, Elisabeth Costa de Beauregard, Cindy Cowan, Luke Daniels, Jean-Luc De Fanti, Mylan Dockery, Charles Dorfman, Terry Dougas, Clark Duke, David Gilbery, Mickey Guerin, Patrick Hibler, Ryan R. Johnson, Paris Kassidokostas-Latsis, Phil Kim, Franchesca Lantz, Fiona Luong, Rob Moran, Patrick Muldoon, Rhonda Niles, Tim Osby, Alan Pao, Elsa Ramo, Chris Ranta, Andre Relis, Jeff Rice, Michael S. Smith, Martin Sprock, Kyle Tomlin, Kostas Tsoukalas e Alexis Varouxakis..
Diretor de fotografia: Steven Meizler.
Editor: Patrick J. Don Vito.
Design de produção: Scott Enge.
Figurino: Ashley Heathcock.
Cabelo e maquiagem: Tiffanie Hudson, Lauren Kelley, Suzy Laney, Stacy Lockhart, Courtney Matthews, Zara McLaughlin e Mayela Serrano.
Música: Devendra Banhart.
Elenco: Liam Hemsworth, Jacob Zachar, Patrick Muldoon, Clark Duke, John Malkovich, Eden Brolin, Vince Vaughn, Vivica A. Fox, Barry Primus, Chandler Duke, Eric Walton, Melèa Celeste Rose, Troy Faruk, Michael Kenneth Williams, Larry Barnette, Robert Herrick, Demi Castro, Angela Duke, Kacey Montoya, Juston Street, Michael Moore, Mitchell Moore, Brad William Henke, Jeff Chase, Jared Bankens, Rob Moran, Mark Baggs, Greg Campbell, Wayne Coyne, Billy Culbertson, Stacy Scarborough Martin, Chris Mullinax, Samantha M. Shaw, Ian Thompson-Yates, e Eric Vickers.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *