Filme "Napoleão" (2023), Ridley Scott.

Resenha do filme Napoleão (2023, Ridley Scott)

Mesmo tamanha competência na arte de fazer cinema e as tantas décadas de experiência, somados ao longo dos mais de 80 anos vividos por Ridley Scott, o diretor de “Napoleão” (2023) bem que tentou, à sua maneira, e munido de todas as licenças criativas inimagináveis, compilar em um alto grau de compressão – resumida em quase três horas de fita – a vida intensa de batalhas do estadista e líder militar francês Napoleão Bonaparte.


É preciso ter culhão para encarar e assumir a responsabilidade de dirigir um filme do gênero biográfico cujo o retratado possui uma história de vida e carreira atribulada em complexidades que se intensificam a cada passo enveredado na ambição insaciável, transpassados em batalhas militares que compilam uma história de proporções colossais.

O filme do diretor inglês Ridley Scott nos apresenta a ascensão meteórica de Napoleão (Joaquin Phoenix) no que tange a sua carreira militar e política, montado em uma ambição implacável em busca do poder. Em paralelo às tramas militares e políticas de pretensões ávidas, o espectador assiste de perto a vida íntima do personagem histórico. Acompanhamos o relacionamento conturbado com a sua futura esposa – seu verdadeiro e eterno amor – , Josefina de Beauharnais (Vanessa Kirby).

Napoleão Bonaparte tem uma biografia imensa e de grande importância histórica. Desde o início deste projeto fiquei desconfiado que um longa-metragem não seria o formato ideal para contar a história de um homem do calibre que foi o imperador dos franceses, uma vez que história é o que não falta na biografia do personagem-título.

Napoleão Bonaparte coroando a si mesmo como imperador na Catedral de Notre-Dame.
Nesta cena Ridley Scott “recria” o famoso quadro “Le Sacre de Napoléon” (Coroação de Napoleão) do pintor Jacques Louis David. Napoleão coroa a si mesmo como imperador em uma cerimônia luxuosa realizada na Catedral de Notre-Dame.

Por se tratar de uma produção que exige um alicerce firme para dar suporte à estrutura colossal, a escalação de Ridley Scott para a direção do filme sobre Napoleão trouxe um respiro de alívio, pois ao olhar para trás e ver a filmografia construída por ele, nota-se que muito de suas produções consistem em filmes que seguem a linha do gênero a que pretende se enquadrar “Napoleão”.

A carreira de R. Scott é marcada pelos grandes feitos realizados em filmes épicos com cenas memoráveis de ação que nos fazem vibrar diante do realismo orquestrado pelo cineasta. Cenas de ação que incluem batalhas estão eternizadas em diversas produções do realizador e exemplos não faltam: “Gladiador” (2000), “Cruzada” (2005), “Robin Hood” (2010) e “O Último Duelo” (2021).

Conhecendo um pouco do muito da história de vida complexa do líder militar Napoleão Bonaparte, espera-se no horizonte uma cachoeira de críticas quanto à visão pessoal do diretor confrontado com a veracidade dos fatos históricos. A famigerada licença criativa para uma obra de arte baseada em fatos reais pode – na visão de algumas pessoas como os historiadores – gerar confusão e até mesmo pôr em xeque a autenticidade do que até então foi registrado na história como verídico.

O ritmo do filme é constante e dá início logo nos primeiros minutos com o “Cerco de Toulon”, primeira participação de Napoleão em uma operação militar, época em que seu posto ainda era o de capitão de artilharia e foi nesse primeiro confronto que o jovem Napoleão Bonaparte mostrou no campo de batalha suas habilidades militares, rendendo ao comandante estrategista fama e uma consequente promoção.

Napoleão e Paul Barras conversam após o sucesso ao Cerco de Toulon.
Cena posterior ao Cerco de Toulon. Napoleão e Paul Barras (Tahar Rahim) conversam após este promover Bonaparte a general de brigada.

A operação militar conhecida como “Cerco de Toulon” é recriada surpreendentemente através da visão do diretor e, ademais, fazem parte do enredo do filme “Napoleão” outros dois momentos que comprovam o domínio das câmeras de Ridley Scott quando o assunto é ação/batalha/confronto: a “Batalha de Austerlitz” e a derradeira “Batalha de Waterloo”. Essa é a tríade pela qual vale a pena cada centavo pago pelo ingresso do cinema, ou pelas quase 3 horas do seu tempo, para assistir ao entretenimento assinado por quem sabe de cór –  e num espaço de tempo de 2 meses – compor batalhas históricas que para muitos seria uma tarefa complexa e demorada.

Seria muita estupidez da minha pessoa querer criticar a questão da qualidade no tocante aos quesitos técnicos e artísticos, tanto um quanto o outro merecem os louros. Agora, o que me deixou desapontado relaciona-se à forma e à visão do diretor quanto à personalidade do personagem central: Napoleão Bonaparte parece ser a antítese do que a história conta sobre sua personalidade, principalmente quando está com a guarda baixa, na companhia de Josefina.

Essa estranheza quanto ao comportamento do biografado amplia, junto à polêmica central em que a produção se meteu, a desconfiança na veracidade de algumas cenas reproduzidas neste longa-metragem: seria elas frutos da licença criativa de Ridley Scott para contar determinada passagem da maneira que lhe convém ou o que se mostra de fato aconteceu?

A interpretação do qual dedica-se Joaquin Phoenix comprova que ele vive um dos melhores momentos de sua carreira, ele transita de maneira convincente nas múltiplas facetas de um imperador abstruso como é retratado neste filme. O personagem histórico – conhecido como um homem temido e respeitado pelos inimigos – parece aqui ser uma pessoa submissa à sedução de sua amada e infiel esposa, igual ao que ele fora em muitas ocasiões.

Foram vários os momentos de risadas dentro da sala de cinema, a paixão dele com a esposa Josefina rendeu situações constrangedoras, sem falar, mais uma vez, no domínio dela sobre praticamente um homem caído de joelhos aos seus pés. Só quem dominou Josefina foi a sua intérprete Vanessa Kirby, a jovem atriz se destaca em meio ao elenco de bons atores.

Napoleão e Josefina.
Após discutirem sobre a infidelidade de ambos, Napoleão e Josefina saem de seus aposentos de mãos dadas e caminham enquanto acenam paras as pessoas que os cercam, essas formam um corredor humano por onde o casal segue caminhando até a carruagem.

O roteiro é apressado, os saltos temporais de um acontecimento a outro são um dos motivos para que muitos espectadores percam o “fio da meada” – principalmente os que não estão munidos de um conhecimento prévio sobre a história de Napoleão. O roteiro é abrupto e joga o espectador de uma cena a outra sem muitas explicações. Nesse quesito o filme se apequena diante de tudo que viveu o imperador Napoleão Bonaparte.

Para se ter uma ideia do quanto a duração deste filme de 2023 é curta diante do histórico de vida abundante do personagem retratado, no filme “Napoleão” (1927), o diretor francês Abel Gance levou 5 horas e 30 minutos para contar a história do general francês, ou melhor, parte dela, pois a produção só contemplou a história da juventude e o início da carreira militar. 

Acredito que seria de grande satisfação do público se Ridley Scott nos proporcionasse um foco maior nas batalhas ocorridas durante as Guerras Napoleônicas. Imagine um tempo de tela estendido ao Napoleão em seu posto de líder militar… seria plenamente satisfatório assistir às estratégias de guerra executadas em pleno ardor da batalha por esse notável estrategista de ambição ferrenha.

O destaque do filme são as cenas de ação, característica que o diretor detém total controle e direção impecável durante a sua longa carreira atrás das câmeras iniciada em 1977 com o filme “Os Duelistas”, um épico de guerra sobre o duelo violento entre os oficiais do exército de Napoleão: Armand d’Hubert (Keith Carradine) e Gabriel Feraud (Harvey Keitel).

Que displicente eu seria de não enaltecer os trabalhos da direção de arte, figurino, fotografia e som, juntas essas áreas se unem para dar mais cor e vida a esta ambiciosa cinebiografia.

Não sou nenhum historiador especialista na vida intensa, porém curta, de Napoleão Bonaparte, sendo assim, não posso e não tenho o conhecimento suficiente para bater o martelo quanto às imprecisões históricas. Portanto, a melhor maneira de saber ipsis litteris é por meio da pesquisa aprofundada de livros entre outros registros históricos sobre o assunto. Pensando pelo lado positivo, essas incertezas são gatilhos que desparam a fome de conhecimento, só pelo caminho dos estudos seremos capazes de saciar nossas dúvidas.  

O que é óbvio na produção é a direção impecável de Ridley Scott no que tange às cenas de ação. Infelizmente, boa parte da direção se perde ao seguir o roteiro confuso e apressado de David Scarpa. Senti a falta do Napoleão no Napoleão em Bonaparte do filme (se é que me entende). Debruçou-se muito no relacionamento com Josefina, sem falar no excesso de humor britânico, indiretamente debochado, ao personagem principal. Em muitas cenas enxerguei no protagonista características desalinhadas ao que sempre foi amplamente divulgado.

Não sei como foi a vida de Napoleão Bonaparte à risca, talvez a versão corte do diretor pode aprofundar melhor nos detalhes reais que tangem a intensa vida de um homem que fez história além de sua época e que talvez teve em sua vida três grandes amores dito em suas derradeiras palavras ante a morte: “França, Exército, Josefina”.

Inté, se Deus quiser!

NOTA: Nota do crítico: 2 estrelas (regular)

 

Trailer

Pôster

Pôster do filme "Napoleão" (2023)

Curiosidades sobre Napoleão

  • Embora nunca seja abordado diretamente, o general francês negro que aparece em várias cenas, interpretado pelo ator Abubakar Salim, é creditado como General Dumas. Essa foi a figura real de Thomas-Alexandre Dumas, um general nascido no Haiti que comandou tropas durante as Guerras Napoleônicas e foi o pai do escritor Alexandre Dumas. Um tático brilhante por si só, ele foi apelidado de “O Demônio Negro” pelos revolucionários contemporâneos;
  • Sir Ridley Scott disse que as cenas de batalha utilizaram 11 câmeras, todas filmando ao mesmo tempo;
  • O filme foi filmado em 61 dias. Sir Ridley Scott disse que isso foi extremamente rápido para um filme dessa escala. Ele credita a velocidade da filmagem ao fato de estar preparado e “não ter um número ridículo de repetições”;
  • Sir Ridley Scott e o roteirista David Scarpa rejeitaram o roteiro de Napoleão de Stanley Kubrick por considerá-lo insuficiente, mas mantiveram 80% da estrutura, das cenas e do desenvolvimento. O restante do que Scarpa escreveu não era histórico e era para puro entretenimento. Kubrick teve um fascínio duradouro por Napoleão e começou a planejar um filme sobre sua vida depois de dirigir “2001: Uma Odisseia no Espaço” (1968). Ele fez uma extensa pesquisa e assistiu a outros filmes de Napoleão, incluindo “Napoleão” (1927) e “Guerra e Paz” (1965), dos quais não gostou. Ele pretendia filmar em locações na França e na Romênia, com o Exército Popular Romeno fornecendo 50.000 homens. Jack Nicholson e Audrey Hepburn foram escolhidos para interpretar Napoleão e Joséphine, respectivamente. O projeto foi cancelado após o fracasso de bilheteria de “Waterloo” (1970), mas a pesquisa de Kubrick foi para , que termina em 1789, 14 anos antes do início das Guerras Napoleônicas. Steven Spielberg, amigo de longa data de Kubrick, vem desenvolvendo o roteiro de Kubrick como uma minissérie para a HBO desde 2013, e disse que ainda estava em desenvolvimento em 2023;
  • O diretor Sir Ridley Scott disse que fez uma tentativa consciente de manter o corte de lançamento desse filme nos cinemas o mais próximo possível de 2.5 horas. Ele disse que acha que esse é o tempo máximo que uma pessoa comum pode tolerar assistir a um filme sem intervalo antes de se sentir desconfortável na poltrona ou começar a achar que o filme está se arrastando. No entanto, ele disse que está planejando uma versão mais longa do diretor para sua estreia em streaming;
  • Sir Ridley Scott disse que sua versão do diretor, com quatro horas de duração, será lançada na Apple TV+;
  • Eugene de Beauharnais, o garoto de 12 anos que pede a espada de seu pai a Napoleão no filme, tornou-se um político e comandante militar capaz por si só. Napoleão gostava muito de Eugene, até mesmo adotando-o formalmente em 1806 e tornando-o herdeiro presuntivo do trono italiano e vice-rei da Itália, onde era o governante de fato. Eugênio acompanhou Napoleão na maioria de suas campanhas. Em 1809, Eugênio comandou sua própria campanha com o “Exército da Itália” francês, derrotando os austríacos em quase todas as batalhas;
  • Embora o filme comece com Napoleão testemunhando a execução de Maria Antonieta, Napoleão não estava realmente presente na história;
  • O trailer mostra a coroação de Napoleão como uma recriação completa do quadro “Le Sacre de Napoléon” (Coroação de Napoleão) do pintor Jacques Louis David, que aparece nos créditos como interpretado pelo ator Sam Crane;
  • Josephine é a ancestral direta de cinco famílias reais atuais na Europa, incluindo as monarquias da Suécia, Dinamarca, Noruega e Bélgica e o Grão-Duque de Luxemburgo. Ela é frequentemente chamada de “Avó da Europa”;
  • Apesar da frase publicitária deste filme – “Ele veio do nada” – Napoleão nasceu na ilha da Córsega em uma família descendente da pequena nobreza italiana;
  • Sir Ridley Scott ficou grato pelo apoio da Apple ao filme, dizendo: “Não fomos baratos e agradeço a eles por isso. Eles depositaram muita confiança em mim para trabalhar com esse tipo de orçamento”;
  • Sir Ridley Scott disse sobre o trabalho com Joaquin Phoenix: “Ele chega, e você está a duas semanas de distância, e ele diz: ‘Não sei o que fazer’. Eu digo: ‘O quê?!’ ‘Não sei o que fazer’. Oh, Deus. Eu disse: ‘Entre, sente-se’. Ficamos sentados por 10 dias, o dia todo, conversando cena por cena. De certa forma, nós ensaiamos. Absolutamente detalhe por detalhe”;
  • O verdadeiro Napoleão tinha 35 anos quando se tornou imperador da França. Joaquin Phoenix tinha 49 anos na época do lançamento do filme. Além disso, a verdadeira Joséphine era 6 anos mais velha que Napoleão, enquanto Phoenix é 14 anos mais velho que Vanessa Kirby;
  • No início do filme, quando Robespierre está defendendo o Terror por meio da virtude, depois, durante a Coroação, quando Napoleão fala sobre ter encontrado a coroa da França na sarjeta e, finalmente, em Waterloo, quando Wellington se recusa a deixar que Napoleão seja alvejado por um atirador de elite, todas são citações históricas reais ditas por seus protagonistas, embora não no mesmo contexto;
  • Em dezembro de 2022, a mídia foi informada de que o desempenho de Joaquin Phoenix como Napoleão foi tão poderoso que Sir Ridley Scott teve que reescrever o roteiro para ajustá-lo a ele;
  • Alguns meios de comunicação franceses argumentaram que o filme demoniza um herói histórico francês e mostra os britânicos de forma positiva. Sir Ridley Scott zombou das alegações e disse que não ouviu nenhuma vaia quando assistiu à estreia em Paris. Ele também brincou dizendo que os franceses não gostam nem de si mesmos;
  • Jodie Comer, que trabalhou anteriormente com Sir Ridley Scott em “O Último Duelo” (2021), foi escalada para o papel da Imperatriz Joséphine, mas desistiu devido a conflitos de agenda;
  • Reúne Sir Ridley Scott com Joaquin Phoenix após “Gladiador” (2000). Em ambos os filmes, Phoenix interpreta uma figura histórica importante (o imperador Commodus em 2000 e Napoleão neste filme);
  • Em resposta às críticas de imprecisões históricas, Sir Ridley Scott simplesmente disse: “Get a life” (algo como ‘vá fazer algo útil’). Quando pressionado por historiadores, ele acrescentou: “Quando tenho problemas com historiadores, pergunto: ‘Desculpe-me, amigo, você estava lá? Não? Então, cale a boca'”;
  • Sir Ridley Scott anunciou este filme no mesmo dia em que a produção de “O Último Duelo” (2021) foi encerrada;
  • Ludivine Sagnier, que interpreta Theresa Cabarrus nesta versão, também esteve na minissérie “Napoleão” (2002), na qual interpretou a personagem Hortense;
  • Catherine Walker interpreta Maria Antonieta, a rainha consorte de Luís XVI. Walker já havia retratado uma esposa menos conhecida (e muito mais afortunada) de um rei francês, tendo em “Versailles” (2015) interpretado Françoise d’Aubigné, Marquesa de Maintenon, que era a esposa morganática do “Rei Sol” Luís XIV;
  • O ator Joaquin Phoenix teve problemas para interpretar o personagem Napoleão como um general brilhante e decidiu recorrer ao pastelão e à comédia física ao trabalhar em seu filme anterior, “Beau Tem Medo” (2023), para dar a Napoleão uma personalidade mais completa;
  • Sir Ian Holm interpretou Napoleão em “Napoleon and Love” (1974), “Aventureiros do Tempo” (1981) e “As Novas Roupas do Imperador” (2001). Ele também apareceu no filme anterior de Sir Ridley Scott, “Alien – O 8º Passageiro” (1979);
  • Vanessa Kirby e Ben Miles aparecem na série “The Crown”;
  • Vanessa Kirby, Sinéad Cusack e Julian Wadham apareceram juntos em “Rainha e País” (2014), de John Boorman; Cusack e Kirby interpretaram mãe e filha;
  • Vanessa Kirby e Paul Rhys apareceram em “Grandes Esperanças” (2011);
  • A música/composição “Dawn” de “Orgulho & Preconceito” (2005) pode ser ouvida em duas cenas do filme, sendo a primeira quando Joséphine seduz Napoleão no início do relacionamento;
  • No filme, Napoleão fica sabendo da morte de Josephine pela filha de Josephine e sua enteada Hortense de Beauharnais. Hortense também era cunhada de Napoleão, casando-se com o irmão de Napoleão, Luís (um casamento desastroso). Ela se tornou Rainha da Holanda durante a ocupação francesa e deu à luz um filho, Luís Napoleão, em 1808. Luís Napoleão mais tarde se tornaria Presidente da França em 1848 e mais tarde Imperador Napoleão III em 1852.

Ficha técnica

Diretor: Ridley Scott.
Roteiro: David Scarpa.
Produtores: Jimmy Abounouom, Winston Azzopardi, Aidan Elliott, Nicola Fedrigoni, Mark Huffam, Raymond Kirk, Janine Modder, Joaquin Phoenix, Ridley Scott e Kevin J. Walsh.
Diretor de fotografia: Dariusz Wolski.
Editores: Sam Restivo e Claire Simpson.
Design de produção: Arthur Max.
Figurino: David Crossman e Janty Yates.
Cabelo e maquiagem: Kat Ali, Natalie Allan, Charlotte Allen, Sara Angharad, Clarissa Antinori, Inma Azorin, Emma Beard, Laura Beard, Kay Bilk, Linzi Bowen, Lance Breakwell, Katy May Brown, Chantal Busuttil, Erinn Cahill, Herbie Calder, Neve Campbell, Ellie Cannings, Jana Carboni, Jo Casserley, Lauren Clark, Poppy Clouter, Lacey Corbould, Amy de Rees, Kim Deguara, Samantha Easey, Juliana Ferreira, Marzenna Fus-Mickiewicz, Rosa Nives Giurano, Karen Schembri Grima, Jo Grover, Laura Hartney, Georgia Hobbs, Alex Holmes, Dianne Jamieson, Olivia Jerrard, Bianca Judd, Raya Kardzhieva, Stefanie Kemp, Ria Knoll, Line Kolaasaeter, Joseph Koniak, Uxue Laguardia, Megan Langley, Jason Lawrence, Megan Leigh, Mathea Catania Lia, Lara Licari, May Liddell-Grainger, Esther Liébana, Anna Lubbock, Chris Lyons, Horacio Martinez, Samanta Maslauskaite, Rebecca Mattsson, Paige McKiernan, Kate Medland, Charlotte Mileham, Dorota Mitoraj, Natalie Morton, Laura Noble, Fatuma Odwa, Lisa Pantaleoni, Remmi Jay Parker, Ruth Parry, Katie Pattenden, Francesco Pegoretti, Stefania Pellegrini, Macy Pemberton, Coral Peñas, Adam James Phillips, Sophie Quantrill, Luisa Ridge, Alessandra Rizzo, Franziska Roesslhuber, Annie Ross, Jacqueline Russon, Federica Rutigliano, Luca Saccuman, Elayne Shortell, Rona Skuodas, Maria Solberg Lepre, Erin Stoffer, Anastasia Storey, Coral Todd, Mona Turnbull, Dominique Wallaker, Laura Bernice Watson, Kerstin Weller, Kelly White, Abbie Wiggins, Debbie Black e Ajay Ramesh.
Música: Martin Phipps.
Elenco: Joaquin Phoenix, Vanessa Kirby, Tahar Rahim, Rupert Everett, Mark Bonnar, Paul Rhys, Ben Miles, Riana Duce, Ludivine Sagnier, Edouard Philipponnat, Miles Jupp, Scott Handy, Youssef Kerkour, John Hollingworth, Abubakar Salim, Thom Ashley, Jannis Niewöhner, Julian Rhind-Tutt, John Hodgkinson, Erin Ainsworth, Isabella Brownson, Benjamin Chivers, Sam Meakin, Sinéad Cusack, Harriet Bunton, Charlie Greenwood, Audrey Brisson, Matthew Needham, Sam Crane, Sam Troughton, Edward Bennett, Julian Wadham, Catherine Walker, Honor Kneafsey, Alexander Shaw, Phil Cornwell, Harry Taurasi, Edward Mercieca, Arthur McBain, Andy Burse, Jonathan Rice, Emeric Bernard-Jones, Bay Bryan, Michael Twaits, Michael O’Connor, Dominic Coleman, Ian McNeice, Richard McCabe, Tom Godwin, Gavin Spokes, Catherine Harvey, David Verrey, Benedict Martin, Edward Hogg, Ed Hughes, Jonathan Barnwell, Robin Soans, Abigail Weinstock, Bart Lambert, Joshua Leese, Nicholas Shaw, Anna Mawn, Imogen Slaughter, Mitchell Baggott, Ned Costello, John Mula, Kevin Eldon, Henry Morgan, Logan Truter, Saxon Fox, Richard Leeming, Billy Byers, Tim Faulkner, Peter Sandys-Clarke, Tim Delap, Charlie Barrett, Olivia Juno Cleverley, Sophie Wohlfeld, Cormac Hyde-Corrin, Hal Gavin, Michael Nardone, Chris Barltrop, Robert Goodman, Sophie Lund, Oliver Phillips, Morgan Watkins, Thea Achillea, Antony Barlow, Mamie Barry, Adam Bendall, Charlie Bentley, Dave Boyle, Archie Caswell-Chappell, Kieran Chalker, Stuart Cooke, Jooles Crabbe, Ross Donnelly, Maxime Durand, Ed Eales White, Liam Edwards, Zina Esepciuc, Alex Gasperetti, Jean-Pascal Heynemand, Daniel Kovacs, Matt Ledray, Alex Madden, Olivia Maiden, Andy M Milligan, Alexander Nikitin, Paul O’Kelly, Simon Palframan, Oliver Payne, Chris Sansom, David Stokes, Alan Sylvester, Petra Szicso, Alfredo Tavares, Emily Tebbutt, Cristian Valle, Clyde Vassallo, Sean Vassallo, Ben Vincent, Toby Vincer, Christian Wolf-La’Moy e Nathaniel Xerri.

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